terça-feira, 14 de abril de 2015

Tchau Chupeta !


Nunca questionei se a Maria usaria ou não chupeta, sempre pensei na chupeta como um item obrigatório na lista do enxoval, mas sabia também que quem decidiria isso era ela. E ela pegou chupeta nos primeiros dias em casa, e desde pequena tinha sua marca favorita e ali nascia essa relação de amor...

A chupeta acalmava para dormir, me salvava de birras na loja de brinquedo, tirava aquele medo de vacina...Era uma aliada da mamãe aqui, certo ou não a chupeta salvava!

Os 3 anos chegaram e com eles a hora de largar a bendita, a tal companheira e aliada da mamãe... Preparamos o terreno por uns 5 meses, e a Maria parecia entender que não precisava mais daquele apetrecho de “nenê”. Na escola ela já não usava mais, com a explicação de que nenhuma amiga usava, mas era ela entrar no carro, longe dos olhares de todos, que queria a chupeta, e ah se eu não levasse, era uma orquestra sinfônica de agudos até em casa...

Ela ganhou um livro da tia que  ajudou muito nesse processo de “deschupetação”, liamos sempre a noite, e durante o dia sempre soltava frases despretensiosas como “nossa  olha como aquela menina fica bonita sem chupeta” ou “Ah filha como vamos conversar com essa coisa na sua boca?”, entre outras que iam surgindo, hahahah!
Livro
 

Um belo dia apareceu uma boneca que deixou ela  fascinada, a tal baby alive dodói que ficava com as bochechas vermelhas, falava, e vinha com coisas de médico.  Como aqui em casa a fadinha da chupeta já era conhecida, e a chupeta seria entregue para ela, aliamos as duas coisas.

Logo comprei a tal boneca e incentivamos a pequena a pedir a troca, e ela fez na mesma noite! Explicamos de novo que seria  para sempre (assim bem pausadamente)  e ela estava decidida... Naquela noite eu embrulhei a boneca em papel rosa, escrevi uma cartinha parabenizando  a coragem e lá escrevi que a sua nova boneca chamava Alice... Deixei a boneca na sala com um caminho de purpurina rosa e estrelinhas. Passei no quarto peguei a chupeta (que ela sempre largava a noite) e joguei fora!
 

No outro dia Maria acordou e não achou a chupeta, na hora foi para sala, e veio encantada chamar a gente no quarto... a Fadinha tinha deixado um presente e com sua asa espalhou pozinho brilhante pela sala (assumo que achei  fofa a reação dela, mas já estava  desesperada por que tinha brilho pela casa toda!!!), ela abriu a boneca amou, olhou para o céu e agradeceu ( a Fada da Chupeta mora na lua, rs), brincou, esqueceu da chupeta...até a hora de dormir!

Na primeira noite o bixo pegou, ela não queria dormir por nada, pedia a chupeta , ela chorava, resmungava, foi um caos... uma hora ela olhou para a lua (que para ajudar estava cheia aquele dia) e disse que queria destrocar, não queria mais a boneca...Gente, quase chorei junto, mas fui forte,rs! Por fim ela dormiu de cansaço altas horas da madrugada...
Foto: Revista Crescer
 

De dia tudo corria bem, ela nem lembrava da tal, mas a noite...Segunda noite foi um pouco menos tenso, mas ela não queria dormir de jeito nenhum sem a chupeta dela! Eu já estava me vendo andando como um panda nos próximos dias, estava difícil dormir mais que duas horas. Quando na quarta noite ela simplesmente esqueceu a chupeta, com um discurso muito “adolescente” ela disse que não ia mais chorar por causa de chupeta, que ela era grande e ia dormir só com historinha, juro que não sei dizer o que foi que a convenceu mas assim do nada ela abriu mão da chupeta de volta, acho que a Santa protetora das mães desesperadas me ajudou, nessa hora vale tudo!!!

E assim esquecemos e a chupeta, hoje em dia chupeta aqui em casa só para as bonecas... Então, acho eu, o conselho que dou é veja a hora certa, se seu filho está pronto e tire a chupeta sem se arrepender e voltar atrás, por que pode ficar mais difícil depois!